Por que setembro amarelo se faz importante?

Ana Carolina Paulini Marturano

9/10/20242 min read

Dia 10 de setembro é o dia mundial da prevenção ao suicídio. A origem da cor amarela se deve à história de Mike, em 1994, nos Estados Unidos, que gostava muito de carros e ficou conhecido como Mustang Mike após ter pintado seu carro de amarelo. Porém, o que ninguém sabia era o quanto ele estava passando por sofrimento emocional, até ter sido encontrado morto dentro do seu próprio carro e ao seu lado, um bilhete: "mãe, pai, não se culpem. Amo vocês". No seu velório, foram distribuídas fitas amarelas com a mensagem: "se precisar, peça ajuda". O que inspirou a campanha setembro amarelo em 2014.

O suicídio é o último estágio que uma pessoa pode chegar. Antes disso, ela já vinha passando por sofrimento psíquico. Mas, como os sinais deste tipo de sofrimento são subjetivos e particulares, não há uma regra para os mesmos. O suicídio pode ser definido como um ato intencional, através de um meio que se acredita ser letal, cometido pela própria pessoa. Quando alguém apresenta esta intenção, é a forma que ela visualiza de acabar com seu sofrimento, de tirar sua dor, o que acontece devido uma rigidez de pensamento, dificultando que a pessoa pense em alternativas ou entenda que o sofrimento pode ser passageiro.

Mesmo com as ações em prol da campanha, os números ainda se fazem altos: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo (o que equivale 1 pra 100), sem contar com os episódios subnotificados; e segundo o Ministério da Saúde, em 2022, a cada 100 mil homens brasileiros, 12,6% morrem por suicídio; ao passo que, a cada 100 mil mulheres brasileiras, são 5,4%.

Nem todos os sinais são critérios para suicídio, mas são indicativos de sofrimento psíquico: tendemos a nos isolar; atividades que gostávamos deixam de ser prazerosas; alterações no sono e apetite; descuido com a aparência; prejuízos no trabalho ou estudos; e achar que os outros ficariam melhor se morrêssemos, por exemplo.

Para lidarmos com o sofrimento psíquico e emocional, temos ações em prol dos cuidados com a saúde mental, qualidade e valorização da vida, e que podemos fazê-las no nosso cotidiano. Alguns exemplos são: mais contato com familiares e pessoas queridas; hábitos de vida saudável, como prática de atividade física, boa alimentação e sono; procurar ter algum hobby ou lazer, como cuidados com plantas e animais (o contato com outros seres vivos são estímulos à vida), espiritualidade, redução de álcool e outras substâncias químicas.

Lembrando que estes cuidados são importantes, e necessários frequentemente. No entanto, não substituem tratamentos de saúde, como o psicológico e o psiquiátrico - em muitos casos, ambos ocorrem concomitante. O acompanhamento psicológico contribui para a manutenção da saúde mental, trazendo a escuta qualificada e acolhimento para a pessoa em sofrimento, de modo que ela consiga compreender sua própria história, queixas e vislumbre alternativas para seus problemas e conflitos, retomando sua autonomia, potencialidade, autoestima e autoconfiança.

palavras-chave: setembro amarelo, vida, sofrimento psíquico

Referências:

https://setembroamarelo.org.br/

https://www.setembroamarelo.com/